É possível começar rotina de exercícios físicos na terceira idade, até
para quem levou uma vida sedentária. Exercícios são para pessoas na “flor da
idade”. Na velhice, já não é preciso se preocupar. Estas ideias são citadas
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na lista de cinco mitos disseminados
pelo mundo sobre as atividades físicas. Para a agência especializada, ser idoso
nos países em desenvolvimento começa aos 60 anos. A partir desta idade, é
recomendada a prática de exercícios aeróbicos de média intensidade por pelo
menos 150 horas na semana.
Não há
idade certa para começar. Aos 60, 75 ou 90 anos, há benefícios à medida em que
se permanece ativo. O sedentário de uma vida inteira pode também mudar de
hábitos. “Se tivéssemos que escolher um grupo que se beneficiaria mais da
atividade física, seria o das pessoas com idade mais avançada. Não dá para não
fazer exercício”, afirma João Macedo Coelho Filho, coordenador do serviço de
Geriatria do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). No entanto, cuidar
do corpo desde cedo melhora a qualidade do envelhecimento. Ele aponta as
menores chances de desenvolver osteoporose para quem se exercita antes do pico
de formação da massa óssea, aos 30 anos.
E se os
exercícios não chegaram a tempo de prevenir doenças e incômodos, eles podem
ajudar no tratamento. As pesquisas dos últimos cinco anos pelo mundo mostram o
Alzheimer como exemplo: a incidência é menor nos indivíduos com atividade
física regular em qualquer idade. Conforme João Macedo, a prática de exercícios
aumenta a área dos hipocampos - regiões do cérebro responsáveis pela memória.
Por isso, é recomendada também para retardar os efeitos da doença em fase
inicial.
A escolha
da atividade adequada deve ser um processo individualizado, com o olhar atento
dos profissionais de saúde. Sair das caminhadas mais leves para exercícios
intensos exigem este acompanhamento, orienta Kristiane Franchi, professora de
Educação Física da Universidade de Fortaleza (Unifor). Entram em análise o
histórico e nível de atividade física, as condições de saúde e a motivação para
cada modalidade. “O ideal é entender o universo do idoso, ver do que ele gosta
mais. É importante para que o exercício não seja sentido como aquele remédio
amargo”, enfatiza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário