terça-feira, 22 de agosto de 2017

Adeus ao velhos medos

Lento despertar do raciocínio,
 observa um calendário
 com seus dias riscados.
 Olha para o relógio,
 mas as horas fugiram.
 Temendo a estupidez da vida,
 Acaba por concluir
 que já sobreviveu a tantos dias,
 eles se foram-e ele ficou.
 Mesmo que momentaneamente
 se vê como vencedor do oponente tempo.
 Inquieta-se de vez,
 agita-se com tal pensamento.
 Quer beber algo.
 Quer saborear alguma coisa.
 Quer ligar o rádio, 
 Quem sabe, ligar a televisão,
 quer fazer contato com o mundo,
 não sabendo nisso haver
 um sentido de atração
 ou de fuga ocasional.
 Inunda o ar com perguntas
 uma tensão pacífica espalha-se.
 Diverte-se com
 suas muitas questões.
 Distrai-se com
 emoções e idéias perdidas. 
 Caminha solitário
 no seu mundo encantado.
 A noite caminha vagarosamente,
 satisfaz-se com sua companhia,
 confraterniza-se em afinidades,
 confessa-lhe mágoas e obstinações,
 livra-se assim
 de um  fardo indesejável.
 Em meio aos azuis
 da luminosidade noturna,
 o incandescer vermelho
 de seu coração inquieto.
 Imprevista satisfação,
 surpreendente felicidade,
 um irresistível sorriso,
 ao ver que velhos fantasmas
 da sua intimidade
 fugirem, ladinos, pela janela.

Gilberto Brandão Marcon
13/10/2011

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